segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O encontro



Por Andréa Lopes 

E o clima mudou.
Sentada no parapeito da janela buscando a lua,
Eis que não consigo visualizar sequer uma estrela a cintilar no céu.
O tempo fechou.
Nublou-se.
E agora?
Desejo tanto a presença dum luar bonito para a inspiração do meu escrito!
Eh! Preciso mudar os meus ventos.
Soprar com força no intuito de dissipar ao menos uma nuvem.
Perda de tempo esperar por algo incerto, ou pelo menos angustiante demais para alguém tão imediatista e necessitado de um presente no presente.
O fato é que muitas vezes devemos nos auto-presentear.
Entrar na loja, escolher aquele lindo chapéu e pedir um embrulho deslumbrante como sendo para alguém muito especial.
Ao chegar em casa, em frente ao espelho, distribuir a gentileza das palavras ao presenteado.
Certamente, além da beleza, atenuará os efeitos dos raios solares à aquela pele tão sensível.
Desaliene-se do outro.
Rompa o casulo.
Talvez o que precise somente você pode dar-se.
Seja um inteiro em busca de outro inteiro e não metades românticas e dependentes a completar-se.
Relações de dependência me assustam.
É imprescindível ser protagonista da própria história.
É urgente a busca de uma exposição de dentro para fora.
Quanta riqueza a esconder-se por debaixo da pele!
Doce ilusão ver beleza apenas por baixo do vestido.
Desnude o cérebro
Desnude a alma
Desnude o espírito
Desnude o coração.
E descobrirás quão maravilhoso espetáculo se descortinará ao teu olhar.
Sem lua, sem estrelas, com densas nuvens escuras...
Apenas Você
Com Você.

Um comentário:

  1. Desnudamentos d'alma e incursões no próprio ser traz esse texto como proposta.
    Cheio de metáforas que polifonizam as linhas.

    Parabéns, Andrea! ;]

    ResponderExcluir