sexta-feira, 22 de junho de 2012

As flô de Puxinanã


             Por Zé da Luz, poeta paraibano
(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão Menezes)

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué cristão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!

2 comentários:

  1. Grande Zé da Luz!
    Recomendo a todas e todos, pesquisarem mais sobre esse maravilhoso e esquecido poeta nordestino.
    Gostei da foto (apesar do modelo!). Parabéns pela escolha!

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  2. Recomendação acatada, Henrique. As flô de Puxinanã mexeram comigo. No sentido poético,é claro! rs

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